terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Odontologia Especializada em Estomatolgia: Suporte ao paciente oncológico



O dentista especialista em estomatologia, é um profissional que previne, diagnostica e trata as enfermidades relacionadas com a boca (e todo aparelho estomatognático). O aparelho estomatognático é contituído pelos lábios, dentes, mucosa oral, glândulas salivares, tonsilas palatinas e faringeas e demais estruturas da orofaringe.

O estomatologista é o profissional mais preparado para dar um suporte adequado ao paciente com câncer, pois quando falamos em tratamento oncológico e complicações bucais, devemos lembrar que a quimioterapia, radioterapia e cirurgia de tumores de cabeça e pescoço podem apresentar esses efeitos colaterais em mucosas, principalmente na boca, durante e após essas terapias.
Existem diversas complicações bucais que podem ocorrer nesse período, e que são atribuídas a alguns tratamentos específicos, como demonstra a tabela abaixo:


TRATAMENTO
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES


QUIMIOTERAPIA
- Mucosite (feridas na boca)
- Maior risco de infecção dentais, gengivais e em mucosa oral.
-Sangramento gengival.
- Perda do paladar.
- Xerostomia (alteração na quantidade e qualidade da saliva).
-alteração no desenvolvimento da dentição e no crescimento ósseo (crianças).



 RADIOTERAPIA

-Mucosite (feridas).
-Disfagia (dificuldade de deglutição).
-Trismo (dificuldade na abertura de boca).
-Xerostomia (alteração na quantidade e qualidade da saliva).
- Cárie de radiação (amolecimento da estrutura dental).
- Alteração do paladar.
- Osteorradionecrose (complicação óssea).



Entende-se que o momento do diagnóstico e início de tratamento do paciente com câncer, gere ansiedade ao paciente e seus familiares, mas a consulta ao estomatologista antes de realizar a quimioterapia e/ou radioterapia é uma medida que pode prevenir muitas dessas complicações bucais e favorecer todo o processo terapêutico.
Há algumas orientações básicas principais sobre higiene oral que são importantes para todos os pacientes que realizarão tratamento oncológico, dentre elas:


- Escova dental com cerdas macias;
- Fio dental que não traumatiza a gengiva;
- Creme dental não abrasivo (não irrita a mucosa oral);
- Uso de enxaguatório bucal específico (soluções não alcoólicas);
- Uso de saliva artificial e medicamentos que melhoram a secura bucal;
- Uso de flúor para proteger a estrutura dental da cárie de radiação;
- Lubrificação dos lábios com lubrificante labial;
- Orientações sobre próteses e aparelhos mal adaptados, que traumatizam a mucosa oral.


O Estomatologista também deve identificar e tratar focos de infecção, cáries, doenças gengivais, problemas endodônticos (canal), realizar raspagem e profilaxia dental. Caso haja necessidade de extrair algum dente, o procedimento deve ser realizado antes do início do tratamento oncológico, nunca durante e depois do tratamento radioterápico.
           
O laser de baixa intensidade é um tratamento de grande importância ao paciente nesse período. Ele tem como principal objetivo prevenir e amenizar um dos efeitos colaterais de maior incidência bucal mediante a quimioterapia e a radioterapia: a mucosite. O paciente tem que se alimentar corretamente nessa fase, e por vezes a mucosite pode gerar dificuldade de deglutição, prejudicando a nutrição. O laser ajuda nesse processo, pois tem efeito analgésico, antiinflamatório e biomodulador, melhorando a dor, o edema, prevenindo e estimulando a cicatrização das lesões na boca e melhorando assim alimentação.

Alguns estudos recentes identificaram uma nova complicação bucal em pacientes portadores de mieloma múltiplo, câncer de mama e próstata com metástase óssea, e que fazem uso de uma medicação denominada bisfosfonatos (nome comercial Zometa ou Aredia). Essa complicação bucal é a osteonecrose e que também pode ser evitada por meio de orientação odontológica prévia ao tratamento. Portanto, todos os pacientes que usam ou vão iniciar o tratamento com os bisfosfonatos devem ser informados pelos oncologistas clínicos ou dentistas sobre os riscos dessa complicação.

Juliana Bellini  CRO 55392
Dentista especialista em estomatologia. Mestre em cirurgia de cabeça e pescoço e estética bucal

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Implicações alimentares durante o tratamento do câncer de mama



Os estudos na área da saúde são cada vez mais promissores quanto a prevenção e tratamento de doenças e a alimentação começa a ganhar espaço nesse contexto. Surge então a compreensão, de que a alimentação adequada exerce um papel muito “além” do que fornecer energia e nutrientes essenciais, e que a presença dos constituintes não-nutrientes em associação, promovem efeitos fisiológicos benéficos, podendo prevenir ou retardar doenças, e ainda reduzir os efeitos colaterais de algumas terapias co-adjuvantes no tratamento do câncer.
Na área da nutrição, os estudos estão à procura de alimentos que possam prevenir e/ou auxiliar no tratamento dos diferentes tipos de neoplasias.
No Brasil, o câncer de mama é apontado como o mais freqüente tipo de neoplasia em incidência e mortalidade, entre mulheres.  Dentre os fatores de risco para o seu desenvolvimento, destacam-se os aspectos ambientais, nos quais os fatores dietéticos são potencialmente importantes. A literatura reconhece que os fatores dietéticos representam cerca de 30% das causas de câncer, sendo somente superado pelo tabaco, como fator de risco que pode ser prevenido.
Já se denotam alguns alimentos potencialmente auxiliares no tratamento do câncer de mama, que podem inclusive evitar e/ou reduzir a presença dos efeitos colaterais do tratamento quimioterápico, entre eles podemos destacar os seguintes:
Peixes: Os óleos presentes nesse alimento podem apresentar um auxilio na prevenção de reações inflamatórias (mucosite, diarréia) durante o tratamento, uma vez que em esses óleos apresentam pequeno poder antiinflamatório.
Gengibre: Além de seu efeito potencializador no sistema imunológico, evitando as infecções oportunistas, também já é reconhecido para o auxilio e prevenção dos sintomas de náuseas durante a quimioterapia.
Fibras: As fibras auxiliam nos transtornos intestinais que podem estar presentes durante o tratamento, portanto há necessidade de seu consumo adequado. Estão presentes nas frutas, verduras (principalmente verduras verdes como chicória), legumes, cebola, alho, cereais integrais (arroz, macarrão, aveia, granola, entre outros).
Proteínas: As fontes de proteínas são ótimas para manter o metabolismo celular, além estabilizar os níveis de albumina (proteína presente no sangue, responsável pelo transporte de muitos nutrientes). Temos as fontes de proteínas animais já conhecidas, como todos os tipos de carnes (bovina, peixe, frango, carneiro, etc), porém ainda merecem destaque algumas proteínas vegetais como grão de bico, feijões, lentilhas. Outras fontes que são riquíssimas pela concentração protéica, além da quantidade de vitamina, minerais e fibras, são a quinua e o amaranto.
Frutas vermelhas: são importantes para a manutenção do sistema imunológico, evitando processos infecciosos oportunistas. São elas: amora, framboesa, ameixas, uva, açaí e o morango (esses de preferência orgânicos).

Assim como alguns alimentos podem ajudar, outros podem trazer prejuízos, a certos tipos de câncer. No caso do câncer de mama, estudos (ainda não conclusivos) apontam que certos alimentos devem ser evitados, como: gorduras hidrogenadas e saturadas (frituras, produtos industrializados em geral) e a soja, dependendo do tipo de tumor.
Deve-se enfatizar que na mídia, existem muitas informações acerca de “um ou outro” alimento ou suplemento que auxilia na terapia do câncer. O cuidado em relação ao consumo desses, deve ser redobrado, visto que muitas informações são mitos, e até podem piorar o quadro durante o tratamento. Portanto, procure sempre um profissional da área que possa lhe esclarecer sobre uma ou outra conduta alimentar.


Mirella Piazentin Campos          CRN 2-4518
Nutricionista clínica e hospitalar, especialista em nutrição funcional

EQUIPE MMUSA - CONDUTAS AUXILIARES NA TERAPÊUTICA DO CÂNCER.

ENVOLVA-SE PELO CONHECIMENTO!


No mês de dezembro, cada profissional  da equipe do Projeto MMUSA estará postando um artigo sobre sua área de atuação e condutas auxiares na terapêutica do câncer.
O câncer existe, mas felizmente existem profissionais especializados que podem auxiliar em todas as fases do tratamento, gerando maior qualidade de vida.


Participe conosco dando sua opinião no Blog ou entre em contato através do e-mail projetommusa@profemme.com.br ou anafermusas@hotmail.com